Inicialmente é interessante saber quem foi Raabe. Vejamos o que nos ensinam os textos de Josué 2 e 6:17-25, de Mateus 1:5, Hebreus 11:31 e Tiago 2: 25
- Prostituta canaanita na cidade de Jericó
- Soube do Poder do Deus de Israel e n’Ele creu e confiou
- Pela fé e pela cobertura dada aos espias enviados por Josué, salvou a si e a sua familia da destruição
- Integrada ao povo hebreu, tornou-se ascendente direta de Jesus Cristo pela linhagem do Rei David
Que perfil! Que mudança radical foi operada na vida dela pelo Senhor!
Antes de ser resgatada de Jericó era uma “prostituta” (ishshah), mulher (zanah), pessoa que fornicava, meretriz. Até no seu nome carregava uma marca de paganismo, rebeldia e agressividade. Raabe, que significa “insolencia”, “ferocidade”, “malignidade”, “vulgaridade”, “ativismo”. O “Ra” do seu nome vem da idolatria Egípcia, “Ra”o deus sol.
É dificil para nós, como pessoas comuns que somos, imaginar que uma mulher com tais credenciais ao tempo da sua conversão pudesse fazer parte da linhagem de Davi, Salomão e de Jesus Cristo!
Raabe viveu no tempo da conquista de Cannã pelos Israelitas, discordantemente datada de 1400 A.C. ou 1200 A.C. e sua narrativa ocorreu 6 dias antes dos israelitas cruzarem o Rio Jordão e algo em torno de duas semanas e meia após esse evento.
Raabe viveu em Canaã – a terra ao Nordeste do Egito, limitada pelo Mar Mediterrâneo no Oeste, pelo Líbano ao Norte, pelo Rio Eufrates ao Leste e pelo deserto da Arabia ao Sul. Ao norte encontrava-se o Império Hitita e Bashan, ao leste estavam as nações de Ammom e os amonitas, Moabe e Edom.
Viveu também na cidade de Jericó, que era uma cidade-estado murada localizada a Oeste da principal passagem-a-vau do baixo Rio Jordão. Jericó controlava a passagem do rio e a entrada para a terra a Oeste dele.
A Bíblia nos conta que Moisés e os Israelitas vaguaram no deserto por 40 anos sem alcançar a Terra Prometida. Depois que Moisés morreu, Deus falou para Josué que ele poderia se tornar o novo líder para preencher cumprir a promessa de Deus para o seu povo e que ele deveria lidera-los para entrar na Terra Prometida.
Josué, então, reuniu os israelitas em assembléia e disse-lhes para se prepararem para cruzar o Rio Jordão e assumir a terra. Com o objetivo de buscar informações de inteligência militar, antes de iniciar a operação de travessia, invasão e posse da terra, Josué escolheu e enviou dois espiões para verificar as condições de resistência da mais imoral das cidades, Jericó.
Os espiões se alojaram em uma pensão que pertencia a uma prostituta chamada Raabe. Essa escolha foi estratégica pois a pensão também hospedava forasteiros. Esses se incumbiram ao longo dos anos de trazer notícias a respeito do poder do Deus dos israelitas, que havia realizado o prodigio de abrir uma passagem seca, mar a dentro, para a fuga segura do seu povo da escravidão no Egito. Raabe e o povo de Jericó estavam muito amendrontados com a possibilidade de um enfrentamento com os israelitas.
Raabe, por ter temido o poder do Deus de Israel, quis ajudar os espiões e os escondeu do Rei de Jericó e dos seus soldados.
Raabe antes que os espiões regressassem para o acampamento, rogou a eles proteção para si e para toda a sua família em retribuição a sua cobertura e proteção durante o tempo em que estiveram em Jericó. Os espiões verificando a honestidade de propósito de Raabe, concordaram em atende-la e assim juraram faze-lo em retribuição ao juramento de raabe de não denunciá-los de nenhum modo. Recomendaram que ela sinalizasse a sua casa e que mantivesse toda a sua família sem dela sair durante a tomada da cidade. Os que dela, porventura, saissem seriam de imediato mortos pelo Senhor.
Após o retorno dos espiões, Josué e o povo de Israel cruzaram o Rio Jordão também de um modo miraculoso. Deus partiu a água e os conduziu através de terra seca, justamente como tinha feito com Moisés e os israelitas quando cruzaram o Mar Vermelho para escapar do Egito. Então, após ter sido cruzado o Rio Jordão, Deus falou para Josué fazer algo muito incomum:
“6.2 Então, disse o SENHOR a Josué: Olha, entreguei na tua mão Jericó, o seu rei e os seus valentes.
6.3 Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma vez; assim fareis por seis dias.
6.4 Sete sacerdotes levarão sete trombetas de chifre de carneiro adiante da arca; no sétimo dia, rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as trombetas.
6.5 E será que, tocando-se longamente a trombeta de chifre de carneiro, ouvindo vós o sonido dela, todo o povo gritará com grande grita; o muro da cidade cairá abaixo, e o povo subirá nele, cada qual em frente de si.”
O relato bíblico do livro de Josué nos conta que os israelitas fizeram como ordenara o Senhor e a cidade de Jericó foi completamente destruida. Todos e tudo: homens e mulheres, jovens e velhos, gado, ovelhas e mulas.
Todos, com exceção de Raabe e sua família por que ela havia temido ao Senhor e protegido os espiões que eram Seus enviados. Daquele dia em diante Raabe e sua família viveram entre o povo de Deus. De fato, a Bíblia nos conta que ela foi ancestral em linha direta de Nosso Senhor Jesus Cristo pela raiz de José.
Raabe não tinha a menor noção do seu importante e destacado nos planos do Altíssimo. Esse é o ponto fundamental: a majestade do plano de Deus não pode ser divisada pelo ser humano. Contudo, quando tocada pelo conhecimento do poder do Deus de Israel, ela não pestanejou:
- temeu ao Senhor (reconheceu a sua magnitude)
- n’Ele acreditou (teve fé)
- trabalhou em prol do Senhor (boas obras)
É impossível saber o que nos reserva o futuro, seja em nosso período de vida seja nas gerações que nos seguirão. Mas nos conforta e nos alenta com relação ao futuro a promessa que o Profeta Jeremias nos dá conta:
“29.11 Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais.”
A Bíblia, através do Apóstolo Tiago, nos recorda, nos alerta e exemplifica em Raabe de um ponto fundamental da vida cristã e da salvação: A necessária combinação de Fé e Obras!
“2.17 Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.
2.18 Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé.
2.19 Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem.
2.20 Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante?
2.21 Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque?
2.22 Vês como a fé operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou,
2.23 e se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus.
2.24 Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente.
2.25 De igual modo, não foi também justificada por obras a meretriz Raabe, quando acolheu os emissários e os fez partir por outro caminho?
2.26 Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta.”
Aleluia!
Cordial abraço,
Kleber Siqueira